Wellington: 'Não quero que mais ninguém sofra nas mãos destes covardes'
Em novos vídeos divulgados nesta sexta-feira pela Secretaria de Segurança, Wellington mantém discurso em que culpa o fato de ter sofrido bullying por seu crime e acusa as autoridades de descaso em relação à humilhação imposta a alguns alunos. O assassino ainda descreve uma situação em que ele estaria em um ponto de ônibus e "aparecerem dois caras grandes" que teriam ridicularizado ele.
"Que o ocorrido sirva de lição para que as autoridades escolares descruzem os braços diante de situações em que alunos são agredidos, humilhados e desrespeitados. (...) Apesar de tudo o que eu passei para vocês, de tudo que eu sofri, vocês provavelmente não imaginam muitas coisas que eu passei.
Em todos os vídeos, ele se comporta como se estivesse defendendo "irmãos" ao planejar massacre promovido na última semana."O que mais me irrita é saber que esse cenário vem se repetindo sem que nada seja feito contra estas pessoas covardes e cruéis. Percebi que algo precisava ser feito. Não quero que mais ninguém sofra nas mãos destes covardes. Todos precisam saber que vocês têm irmãos prontos para matar e para morrer em prol da defesa de vocês, dispostos a darem suas vidas por vocês".
Novo material divulgado
Entre o material divulgado nesta sexta, um novo vídeo deixado pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira mostra que o responsável pelo massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, afirma ter se preparado para o ataque em um motel do bairro, informação negada pela Polícia Civil. Além do vídeo, o material divulgado inclui sete fotos - entre elas do assassino armado e segurando uma das cartas que deixou - e outros quatro vídeos.
Na gravação, Wellington afirmou que as mortes foram motivadas pela agressões sofridas em sua época de estudante (bullying). O atirador diz que 'todos os que eu matei' estariam vivos se as autoridades agissem contra o constrangimentos e agressões sofridas nas escolas.
Todo o treinamento com armas, assim como seus passos até o dia anteiror ao massacre, foram documentados pelo assassino. Na gravação mais recente, ele afirma que estava deixando sua residência em direção ao hotel Shelton, em Realengo, para os últimos detalhes da preparação.
Paes estuda indenizar vítimas da tragédia
O prefeito Eduardo Paes anunciou, nesta sexta-feira, que as famílias das vítimas do massacre de Realengo serão indenizadas. Para isso, ele mesmo pediu que a Procuradoria do Municío faça um estudo técnico com familiares das crianças mortas para definir valores e prazos. A ideia é que o dinheiro seja depositado o mais rápido possível como forma de amenizar os danos com a tragédia.
Para acompanhar o pagamento dos valores, os familiares terão assistência jurídica da Defensoria do Município.
O prefeito participou da entrega de um prêmio para a comunidade da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, pela região que mais reduziu o lixo nas ruas. Com o prêmio, a comunidade será inserida no Projeto Bairro Maravilha e terá uma verba de R$ 40 milhões para investimentos em obra de saneamento básico, drenagem, asfalto e calçamento.
Manhã de 7 de abril de 2011. São 8h20 de mais um dia que parecia tranquilo na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste. Mas o psicopata que bate à porta da sala 4 do segundo andar está prestes a mudar a rotina de estudantes e professores, que festejam os 40 anos do colégio. Wellington Menezes de Oliveira, um ex-aluno de 24 anos, entra dizendo que vai dar palestra. Coloca a bolsa em cima da mesa da professora, saca dois revólveres e dá início a um massacre em escola sem precedentes na História do Brasil. Nos minutos seguintes, a atrocidade deixa 12 adolescentes mortos e 12 feridos.
Transtornado, o assassino atacou alunos de duas turmas do 8º ano (1.801 e 1.802), antiga 7ª série. As cenas de terror só terminam com a chegada de três policiais militares. No momento em que remuniciava dois revólveres pela terceira vez, o assassino é surpreendido por um sargento antes de chegar ao terceiro andar da escola. O tiro de fuzil na barriga obriga Wellington a parar. No fim da subida, ele pega uma de suas armas e atira contra a própria cabeça.
Na escola, a situação é de caos. Enquanto crianças correm — algumas se arrastam, feridas —, moradores chegam para prestar socorro. PMs vasculham o prédio, pois havia a informação da presença de outro atirador. São mais cinco minutos de pânico e apreensão. Em seguida, começa o desespero e o horror das famílias.
A notícia se alastra pelo bairro. Parentes correm para a escola em busca de notícias. O motorista de uma Kombi para em solidariedade. Ele parte rumo ao Hospital Albert Schweitzer, no mesmo bairro, com seis crianças na caçamba, quase todas com tiros na cabeça ou tórax.
Wellington, que arrasou com a vida de tantas famílias, era solitário. Segundo parentes, jamais teve amigos e passava os dias na Internet ou lendo livros sobre religião. Naquela mesma escola, entre 1999 e 2002, período em que lá estudou, foi alvo de ‘brincadeiras’ humilhantes de colegas, que chegaram a jogá-lo na lata de lixo do pátio.
A carta encontrada dentro da bolsa do assassino tenta explicar o inexplicável. Fala em pureza, mostra uma incrível raiva das mulheres — dez dos 12 mortos — e pede para ser enrolado num lençol branco que levou para o prédio do massacre. O menino que não falava com ninguém deixou seu recado marcado com sangue de inocentes estudantes de Realengo.
"Que o ocorrido sirva de lição para que as autoridades escolares descruzem os braços diante de situações em que alunos são agredidos, humilhados e desrespeitados. (...) Apesar de tudo o que eu passei para vocês, de tudo que eu sofri, vocês provavelmente não imaginam muitas coisas que eu passei.
Em todos os vídeos, ele se comporta como se estivesse defendendo "irmãos" ao planejar massacre promovido na última semana."O que mais me irrita é saber que esse cenário vem se repetindo sem que nada seja feito contra estas pessoas covardes e cruéis. Percebi que algo precisava ser feito. Não quero que mais ninguém sofra nas mãos destes covardes. Todos precisam saber que vocês têm irmãos prontos para matar e para morrer em prol da defesa de vocês, dispostos a darem suas vidas por vocês".
Novo material divulgado
Entre o material divulgado nesta sexta, um novo vídeo deixado pelo atirador Wellington Menezes de Oliveira mostra que o responsável pelo massacre na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, afirma ter se preparado para o ataque em um motel do bairro, informação negada pela Polícia Civil. Além do vídeo, o material divulgado inclui sete fotos - entre elas do assassino armado e segurando uma das cartas que deixou - e outros quatro vídeos.
Imagens de Wellington se preparando para o ataque foram divulgadas pela Secretaria de Segurança
Na gravação, Wellington afirmou que as mortes foram motivadas pela agressões sofridas em sua época de estudante (bullying). O atirador diz que 'todos os que eu matei' estariam vivos se as autoridades agissem contra o constrangimentos e agressões sofridas nas escolas.
Todo o treinamento com armas, assim como seus passos até o dia anteiror ao massacre, foram documentados pelo assassino. Na gravação mais recente, ele afirma que estava deixando sua residência em direção ao hotel Shelton, em Realengo, para os últimos detalhes da preparação.
Paes estuda indenizar vítimas da tragédia
O prefeito Eduardo Paes anunciou, nesta sexta-feira, que as famílias das vítimas do massacre de Realengo serão indenizadas. Para isso, ele mesmo pediu que a Procuradoria do Municío faça um estudo técnico com familiares das crianças mortas para definir valores e prazos. A ideia é que o dinheiro seja depositado o mais rápido possível como forma de amenizar os danos com a tragédia.
Wellington com as armas usadas para matar as crianças em Realengo |
"Eles merecem todo o dinheiro do mundo, mas isso não vai trazer as crianças de volta", disse o prefeito, durante um evento na Cidade de Deus pela manhã. Segundo Paes, é muito justo que todas as famílias recebam indenizações, no entanto, ainda não foi definido se os jovens feridos também receberão.Para acompanhar o pagamento dos valores, os familiares terão assistência jurídica da Defensoria do Município.
O prefeito participou da entrega de um prêmio para a comunidade da Cidade de Deus, em Jacarepaguá, pela região que mais reduziu o lixo nas ruas. Com o prêmio, a comunidade será inserida no Projeto Bairro Maravilha e terá uma verba de R$ 40 milhões para investimentos em obra de saneamento básico, drenagem, asfalto e calçamento.
Wellington com uma arma apontada para a cabeça: depois de ser atingido por um PM durante o ataque, o criminoso se suicidou |
Psicopata mata 12 estudantes em escola municipalManhã de 7 de abril de 2011. São 8h20 de mais um dia que parecia tranquilo na Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, Zona Oeste. Mas o psicopata que bate à porta da sala 4 do segundo andar está prestes a mudar a rotina de estudantes e professores, que festejam os 40 anos do colégio. Wellington Menezes de Oliveira, um ex-aluno de 24 anos, entra dizendo que vai dar palestra. Coloca a bolsa em cima da mesa da professora, saca dois revólveres e dá início a um massacre em escola sem precedentes na História do Brasil. Nos minutos seguintes, a atrocidade deixa 12 adolescentes mortos e 12 feridos.
Transtornado, o assassino atacou alunos de duas turmas do 8º ano (1.801 e 1.802), antiga 7ª série. As cenas de terror só terminam com a chegada de três policiais militares. No momento em que remuniciava dois revólveres pela terceira vez, o assassino é surpreendido por um sargento antes de chegar ao terceiro andar da escola. O tiro de fuzil na barriga obriga Wellington a parar. No fim da subida, ele pega uma de suas armas e atira contra a própria cabeça.
Na escola, a situação é de caos. Enquanto crianças correm — algumas se arrastam, feridas —, moradores chegam para prestar socorro. PMs vasculham o prédio, pois havia a informação da presença de outro atirador. São mais cinco minutos de pânico e apreensão. Em seguida, começa o desespero e o horror das famílias.
A notícia se alastra pelo bairro. Parentes correm para a escola em busca de notícias. O motorista de uma Kombi para em solidariedade. Ele parte rumo ao Hospital Albert Schweitzer, no mesmo bairro, com seis crianças na caçamba, quase todas com tiros na cabeça ou tórax.
Wellington, que arrasou com a vida de tantas famílias, era solitário. Segundo parentes, jamais teve amigos e passava os dias na Internet ou lendo livros sobre religião. Naquela mesma escola, entre 1999 e 2002, período em que lá estudou, foi alvo de ‘brincadeiras’ humilhantes de colegas, que chegaram a jogá-lo na lata de lixo do pátio.
A carta encontrada dentro da bolsa do assassino tenta explicar o inexplicável. Fala em pureza, mostra uma incrível raiva das mulheres — dez dos 12 mortos — e pede para ser enrolado num lençol branco que levou para o prédio do massacre. O menino que não falava com ninguém deixou seu recado marcado com sangue de inocentes estudantes de Realengo.
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