Lindbergh Farias: ‘É claro que eu quero ser governador’
Lindbergh Farias (PT-RJ), eleito senador pelo Rio de Janeiro em 2010, está com a corda toda. Aos 41 anos, o ex-cara-pintada começa a malhar às 6h, chega ao Senado às 8h e só sai às 22h. Ele está convencido de que seu mandato tem que ser instrumento para melhorar a vida da população. Quanto ao futuro, não disfarça: “É claro que eu quero ser governador do Rio de Janeiro.”Com relação à sucessão do prefeito Eduardo Paes, no caso de o PT indicar o candidato a vice, quem seria escolhido: o vereador Adilson Pires ou o secretário estadual de Meio Ambiente, Carlos Minc?
Eu sinto que a maior parte do PT defende o apoio a Eduardo Paes. Acho que nós temos que apoiá-lo. Mesmo a pessoa que for mais contra ele tem que admitir: ele é trabalhador. Está fazendo um bom trabalho, e a tendência é o Paes ser reeleito e o PT apoiar sua reeleição. Também sinto que hoje o nome do Adilson está com mais força. O Minc é um dos melhores quadros do PT. Mas o Minc é o nome mais conhecido para fora. O Adilson é militante desde o começo do partido. E, por ele estar na política municipal, como vereador, eu diria que é o grande favorito para ser o vice do Paes.
Como o senhor vê as movimentações que já estão sendo feitas para concorrer com o prefeito?
Acho que essa eleição do Paes ninguém toma. Está bem avaliado e vai melhorar a avaliação quando mostrar tudo o que está fazendo. E ele vai estar no meio da organização da Copa (2014) e das Olimpíadas (2016), além de outros eventos.
O senhor fez vários elogios ao prefeito. Ele tem algum ponto fraco, algo que poderia melhorar?
O Eduardo está fazendo um trabalho nas áreas que mais precisam... Não, eu continuo elogiando... (Risos) E ele ainda é vascaíno (como o senador)... Não, vocês querem me intrigar com meu amigo. (Risos) Se o prefeito Eduardo Paes tiver algum defeito, eu vou manter em segredo! (Risos)
O senhor vai fazer campanha para ele?
Sim, sou muito grato a ele. Teve um momento na minha campanha ao Senado em que muita gente do PMDB estava torcendo contra. O Paes, não, ele foi muito amigo, me ajudou.
O senhor vai concorrer ao governo do Estado do Rio em 2014?
Isso só o futuro vai dizer.
E quando é esse futuro?
Esse futuro é no final de 2013. Eu comecei muito novo na política. Já fui líder estudantil, deputado federal duas vezes, prefeito duas vezes, sou senador. É claro que eu quero ser governador do Rio de Janeiro. Acho que eu posso fazer um bom trabalho. Mas estou com muita calma. Primeiro, antes de ser candidato a governador, tenho que mostrar um bom trabalho no Senado. Tenho que aparecer como senador que ajuda as pessoas e defende o Rio.
Como ficaria sua relação com Cabral se o senhor for candidato pelo PT?
Uma coisa eu defendo: Cabral é o melhor vice-presidente para a Dilma ou para o Lula. Eu respeito muito o (atual vice-presidente) Michel Temer, mas ele não tem os votos que o Cabral tem. O Cabral, pelas UPPs, por tudo, tem um peso nacional. As pessoas dos outros estados conhecem. Se a política de segurança continuar dando certo, ele pode ser o melhor vice do mundo.
Por falar em defender o Estado do Rio no Senado: como vai a discussão sobre os royalties do petróleo?
A bancada do Rio — eu, (Francisco) Dornelles (PP) e (Marcelo) Crivella (PRB) — está atuando muito unida. Vamos recomeçar agora, daqui a um mês, a batalha dos royalties. Não creio que vamos diminuir o que já temos. Mas temos que garantir que do pré-sal uma parte importante venha para o Rio, por mais que a gente distribua para os outros estados. Isso é justo. O petróleo está aqui. Vamos ter que ter muita capacidade de diálogo. O povo tem que se mobilizar. Vai ser preciso um grande acordo nacional. E eu espero ajudar na condução deste acordo. O Rio de Janeiro vai estar todo unido.
”
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