domingo, 22 de maio de 2011

PEZÃO DIZ QUE ESTÁ PRONTO PARA SER GOVERNADOR

O maior passo para Pezão: ‘pronto’ para ser governadorLuiz Fernando Pezão, de 56 anos, amanhece e encerra o dia ao lado do chefe, o governador Sérgio Cabral — juntos, os dois costumam ter carga diária de trabalho de mais de 12 horas. Vice-governador e secretário de Obras do estado, Pezão gosta de um dedo de prosa e tem orgulho do que já fez, como prefeito, por sua terra, Piraí. No cenário político fluminense, seu nome, por enquanto, é o único que figura no PMDB como possibilidade de candidatura à sucessão de Cabral. Ele diz que está pronto.

O governador já deixou claro que quer ver o senhor candidato a ser seu sucessor. O que o senhor acha disso?
Ele já combinou com todos os eleitores? (risos) O Sérgio quer muito, ele já falou que quer que eu seja candidato. Mas, sinceramente, eu nunca fiz planos nem de chegar aonde eu estou. Eu me realizei como prefeito da minha cidade (Piraí), que é onde eu vivo, onde eu moro. Adorei. E acho que fiz um grande mandato porque fui reeleito com 86% dos votos, maior percentual do estado. Nas duas eleições do Sérgio, eu não tirei voto dele lá porque ele teve mais voto do que eu. Mas não dá para fazer planos para essas coisas. A política no Brasil muda muito.  
O senhor acha, mesmo, que aqui, no estado, vai mudar alguma coisa até 2014?
Muda. Se não mudar, pode mudar a nível nacional. Num país desses? Imagina. Nossa senhora... Isso aqui é uma emoção permanente...

Se for o caso, o senhor está pronto para ser governador do Estado do Rio?
Estou. Quem passa por uma prefeitura e depois trabalha com ele (Sérgio Cabral) do jeito que eu trabalho, igual a um louco... Conheço tudo. Amanheço com ele, tomo café com ele, volto até 10, 11 da noite, quase todos os dias. Ele até já falou que vai botar um quarto dentro da casa dele para mim. (risos) Mas eu não tenho o preparo que o Sérgio tem.

Em que sentido?
Ele lida com parlamentares, com a Assembleia Legislativa, com Câmaras de Vereadores, com prefeitos — até que com prefeitos eu lido bem — como poucos. Eu acho um talento extraordinário. Ele consegue agregar gente, formar equipe... É uma coisa impressionante. É um talento para o Brasil... E está falando que vai parar, que vai parar...

Parar?
Ele falou que até pode voltar, mas não como senador, deputado, governador. Não quer voltar mais em um cargo em que já esteve.

Sobrou presidente da República...
É. O Sérgio uma hora vai parar presidente da República. Isso é inevitável. Ou vice-presidente. Mas em um outro mandato. Neste, ele vai torcer para (a presidenta) Dilma (Rousseff) e Michel (Temer, o vice-presidente) se reelegerem.

Como o senhor está vendo as articulações que já estão sendo feitas para a corrida à sucessão de Eduardo Paes? Com quem vai ficar a vaga de candidato a vice do prefeito?
O vice tem que ser do PT. Acho que isso está definido dentro do PMDB. Está pacificado — tem o acordo do Sérgio com Dilma, com Lula. O Eduardo merece ser o prefeito das Olimpíadas. Ele vai fazer uma aliança do tamanho da do Sérgio (que foi eleito com o apoio de 15 partidos, além do seu, o PMDB). O PT tem que escolher quem vai ser o vice. Ou o (vereador) Adilson Pires; ou o (secretário estadual de Meio Ambiente) Carlos Minc; ou o (secretário municipal de Habitação) Jorge Bittar. Aí, é com o PT.

A corrida para a prefeitura vai afetar as alianças para a sucessão de Cabral. Como o senhor vê o ‘fator’ Lindbergh?
(O senador) Lindbergh (Farias, PT-RJ) hoje é um nome extraordinário dentro do PT, que não tem nenhum nome igual ao dele. É um cara que, naturalmente, vai ser sempre candidato a alguma coisa. É um cara bom de rua, teve um desempenho extraordinário para o Senado. Eu acho que a gente vai estar tudo junto em 2014.

E se ele cismar de sair candidato a governador?
Ele tem todo o direito. Não vejo nenhum impedimento.

Mas se for sacramentado o acordo PMDB-PT para 2012, não vai ficar feio?
Não. Acho que ele pode ser candidato. A política muda muito. A gente vai ter que começar a conversar isso em 2013. Tem muita coisa a fazer.

O senhor convidaria Lindbergh para ser candidato a vice na sua chapa em 2014?
Dizem que a melhor coisa do mundo é ser senador: o cara não precisa morrer para estar no ‘paraíso’. E eu vou tirar o cara de dentro do ‘paraíso’?
Vai que ele acha o ‘paraíso’ chato...
Imagina...
Mas o senhor o chamaria?
Ele é meu amigaço, de frequentar minha casa. Tenho o maior carinho por ele, me dou muito bem com ele.

O senhor falou que o governador tem um talento natural para agregar pessoas. Mas o senhor circula pelo estado, e está claro que tem o talento de costurar apoios ao conversar com prefeitos do interior.
Acho que me relaciono bem com todas as lideranças, passo bem pelos partidos, sempre convivi muito bem com todo o mundo. Eu trabalho na política assim: sempre acho que o mandato em que estou vai acabar, são quatro anos. Não acho que a política seja eterna. Por isso, eu não brigo, não guardo ódio, não guardo rancor, procuro sempre extrair as coisas boas das pessoas. Isso é muito passageiro: está dentro do Palácio, está fora do Palácio; já ganhei, já perdi eleição. Sei como é isso. Na minha vida, as coisas sempre foram acontecendo pelo meu trabalho. Cheguei aonde eu cheguei pelo meu trabalho... O governador está me chamando, gente. Reunião...
Fonte: jornal O Dia

Um comentário:

Anônimo disse...

Se Cabral aprova, todos nos aprovamos!