sábado, 21 de maio de 2011

Suspeito de fraude, político se defende no Twitter


Operação prendeu várias suspeitos de fraudes em licitações nesta sexta-feira em Campinas. O vice-prefeito, em férias, afirmou na internet que tem clareza de suas ações

O Ministério Público paulista (MP-SP) e a Corregedoria da Polícia Civil prenderam nesta sexta-feira (20) 13 envolvidos no suposto esquema de fraudes em licitações da Sociedade de Abastecimento de Água e Saneamento (Sanasa), de Campinas, no interior de São Paulo. Entre os acusados, permanece foragido o vice-prefeito de Campinas, Demétrio Vilagra, do PT. Em férias na Europa, Vilagra se defendeu das acusações através do seu perfil no Twitter.
"Em férias aqui na Espanha, acabo de ser avisado sobre o que está acontecendo em Campinas. Também li os noticiários em diversos sites de Internet. Estou surpreso, mas tranquilo. Tenho clareza de minhas ações e de que elas têm lisura. Estou tentando antecipar minha viagem de volta para me apresentar. Agradeço as mensagens de apoio e de confiança de todos", afirmou em uma sequência de mensagens no site.
Antes, a assessoria de imprensa da Ceasa, que é presidida por Vilagra, já havia divulgado uma nota afirmando que petista está viajando em férias desde a semana passada. “A volta de Demétrio está prevista para o dia 30. Os advogados de Demétrio irão localizá-lo para informar ainda hoje do que está ocorrendo em Campinas", afirma o comunicado.
Além de Vilagra, dois dos principais auxiliares do prefeito Hélio de Oliveira Santos (PDT), o secretário de Segurança, Carlos Henrique Pinto, e o secretário de Comunicação, Francisco de Lagos, também são considerados foragidos. Ambos fazem parte da chamada "República de Corumbá", cidade de Mato Grosso do Sul de onde, há alguns anos, vieram para Campinas o prefeito e outros nomes importantes da sua gestão.
Com mandato de prisão para 20 pessoas, policiais e a promotoria organizaram um cerco à prefeitura de Campinas e fizeram uma devassa no quarto andar do prédio, onde fica o gabinete do prefeito. Santos não é alvo da investigação, por enquanto, porque possui foro privilegiado perante o Tribunal de Justiça. A primeira-dama de Campinas, Rosely Nassim, é, mas na semana passada obteve habeas-corpus do Tribunal de Justiça do Estado (TJ-SP).
Nassim não será presa nesta sexta-feira, mas continua sendo investigada. Depoimentos tomados ao longo da apuração indicam que Nassim, que é chefe de gabinete do marido, receberia valores de até 7% dos contratos fraudulentos. A promotoria suspeita que Nassim seria a mentora das fraudes. A investigação teve início em novembro e está sendo conduzida pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado (Gaeco).

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